OBSERVATRICE | OBSESSÃO POR JOIAS

OBSERVATRICE | OBSESSÃO POR JOIAS

Joias me são um interesse incontrolável desde sempre. Não guardo os nomes de quem acabei de conhecer, mas sem querer já decorei o brinco que usam ou modelo de corrente. A brincadeira preferida de pequena era “joalheria”: passava horas com uma tia que sentava em um balcão e “comprava” todas as joias do seu porta-joias para logo depois, pacientemente, trocar de lugar e virar a vendedora.

Escolho sempre uma peça para não tirar nunca e lembro de quase todas essas que foram obsessão e “me representavam” por um tempo: o anel de plástico cor-de-rosa que veio na Barbie e só desisti de usar depois de ficar tão apertado a ponto de inchar o dedo; o conjunto de anel e brincos de Mickey esmaltado (dor imensa quando uma das orelhas do personagem no anel enganchou em alguma coisa e quebrou); a argola oval de ouro que herdei da avó e pendurei um pequeno crucifixo em um dos lados (só o meu pai sabia colocar e tirar, era um sistema complexo!); um sapatinho e um panda de ouro 18k que usei na mesma corrente (mãe, diga que você guardou! Achei, ufa!); a pulseira de ouro amarelo com Estrela e Lua que ganhei de aniversário de 11 anos, escolhi com meu pai na joalheria para a qual viria a desenhar dali a 12 anos e uso até hoje; a febre das pratas de Bali que me endividaram antes mesmo de eu ter o meu dinheiro (inesquecível pingente de tartaruga em prata envelhecida com patinhas articuladas!); o solitário de 15 anos de ouro branco (por que ainda estava na fase da “prata”); são muitos. Não é exclusividade minha essa coleção de histórias com joias e acessórios e isso, o produto por definição, já é precioso – em material, simbolismo ou ambos – e adoro poder viver perto dessas histórias.

Não precisei de teste vocacional. Como não existe “Faculdade de Joias”, estudei Design de Produto junto com curso prático de Ourivesaria e os anos seguintes, já no mercado de trabalho, me trouxeram a agradável certeza de que, sob o ponto de vista de satisfação com a atividade que desempenhava, eu tinha acertado.

Na conclusão da minha primeira pós-graduação (2013), em Branding – Gestão de Marcas, escolhi estudar a comunicação de marcas de moda na internet e foi ótimo e esclarecedor. Na nova oportunidade de produzir uma trabalho de conclusão de curso, em 2016, na pós em Comunicação e Marketing de Moda,  foi inevitável que dedicasse ao assunto que me encanta e motiva desde antes que eu pudesse perceber, que ocupa a maior parte dos espaços da minha memória e que me sustenta e faz crescer desde 2010, desde quando tive a sorte de poder começar a trabalhar com joias.

Desse trabalho de graduação e da união de tudo o que já aprendi sobre esse mundo – e tanto que ainda quero aprender – nasceu Observatrice, meu novo projeto e um espaço sobre joias, bijouterias, gemas e acessórios.

Emanuela Pinho

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